sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Meu tesouro - parte 1

Faxina de fim de ano é uma maravilha!
Além de destralharmos  a casa, encontramos muitos tesouros escondidos.
No meio dos brinquedos das crianças (não me perguntem por quê foram parar ali) achei três folhinhas dobradas e meio amassadas, com textos escritos pelo meu digníssimo esposo.

 Vejam se não tenho razão em ser apaixonada por esse camponês há 20 anos!

minha namorada é aquela de cabelo cacheadoque parece a menina da novelaela gosta de flores (que eu nunca lhe dou)e sente saudade de mim antes mesmo de eu ir emboraela é assim: beijos nunca lhe cansamabraços nunca lhe são suficientese cada sorriso seu é como se fosse o último
seus olhos de esquilo não escondemque os sonhos que ela traz sob o peito são possíveis(ela nunca desistirá deles!)apesar de sua elegante displicência
minha namorada também é um bicho-preguiçaque hiberna bem menos do que gostaria de hibernaré muito mais bela do que ferae têm uma alma de cristalque a qualquer toque pode se quebrar
ah! essa minha namorada!ela tem dois defeitos:já foi flamenguista e gosta de matemática(os outros defeitos eu não vou contar...)
ela também gosta de cantorinha jazz-pop, tipo Norah Jonese de qualquer coisa com batata fritae de receber cartas de amorque eu não escrevo, pois quase nunca estou triste(só com, ao menos, uma ponta de melancolia se pode escrevê-las)
às vezes fico pensando(e um passarinho triste pousa no meu ombro):se não fosse assim,quem iria dizer a cada fim de tarde:"eu já disse hoje que te amo?"

Estava assim, sem data, sem título (penso ter sido escrito em 1999 ou 2000).
Foi maravilhoso reler as palavras do meu namorado!
Vi que não mudei muito, só meu amor, que a cada dia fica maior (como se fosse possível).

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